sábado, novembro 12, 2011

Brasil: primeiro lugar no ranking do consumismo mundial

Por Camila Iara

Não há quem não se sinta remotamente atraído pelos apelos de consumo da sociedade contemporânea. Hoje em dia, ter o melhor par de tênis ou as roupas mais descoladas é essencial para manter o status de poder – principalmente entre os adolescentes. Segundo a revista Veja, um estudo realizado com garotas e rapazes de nove países mostra que, no Brasil, sete em cada dez jovens afirmam gostar de fazer compras.

Para tentar entender a presença da juventude brasileira na economia mundial, preste atenção no resultado da pesquisa: estamos em primeiro lugar no ranking do consumismo, deixando para trás países como França, Estados Unidos e Japão.

Com a proximidade do fim do ano, este quadro se intensifica ainda mais: as promoções aparecem, as vendas disparam e o comércio se prepara para mais uma temporada positiva no mercado. Em Santa Catarina, o consumidor deve investir em materiais de construção, óculos de sol ou de grau e móveis residenciais pelos próximos três meses. É isso que comprova o Índice de Predição de Mercado (IPM), pesquisa que antecipa o consumo das famílias catarinenses para as principais datas comemorativas do ano. Os gastos também devem ser maiores neste fim de ano, segundo os dados do IPM: índices favoráveis devem ser mais visíveis entre o final de 2011 e o início de 2012.

Mídia, infância e compulsão

O Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope) apresenta valores de R$ 210 milhões para a propaganda dirigida ao público infantil em outubro deste ano. A pergunta é: que tipo de criança precisa de dez pares de sapato, três bolsas e maquiagem cara para ser feliz? É interessante – e assustador – perceber que os pais perderam seu senso de autoridade, e que as regras da casa passaram a ser impostas pela televisão.
No contexto atual do consumismo no Brasil, os meios de comunicação social podem ser apontados como os principais propulsores da compulsão de crianças e adolescentes por produtos mais novos, mais caros e mais bonitos. Não é de hoje que a publicidade interfere na formação dos mais jovens: estamos todos imersos em imagens e sons que invadem nossas casas sem pedir permissão. Hoje, o desejo toma conta da necessidade.

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