quarta-feira, agosto 26, 2015

Uma esperança para a minoria

Por Pâmela Consenso

Florianópolis criou um ambulatório de atendimento exclusivo para transgêneros. Enquanto a expectativa de vida do brasileiro se aproxima dos 75 anos, pessoas trans (transgênero, transexual e travesti) não costumam passar dos 35. E o principal motivo para isso é a violência. Em cinco anos, o Brasil registrou 486 mortes de transexuais. Esse dado torna o país um dos mais transfóbicos do mundo. Grande parte da população trans deixa de procurar atendimento médico público por vergonha, medo ou preconceito. O ambulatória busca acolher essas pessoas, chamando elas pelo nome que escolheram.

E a qualidade do serviço já é elogiada pelos usuários. Christian Mariano, por exemplo, nasceu menina, mas há três anos descobriu-se homem e começou tratamento hormonal para fazer a transformação física. “Poder ter atenção à hormonoterapia para homens trans e cuidar de outros assuntos é o diferencial desse espaço”, disse Christian, que já passou por situações de preconceito e garante que poder ser chamado pelo nome que escolheu faz muita diferença.

Elder Inácio veio do Pará para receber o atendimento. Há poucos meses na cidade, ele diz que o espaço é o início para tudo. “Estou feliz que essas portas estejam se abrindo para isso”, comemorou.

A meta é expandir o serviço para outros municípios. Por enquanto Florianópolis é a única cidade do Estado com esse tipo de atendimento. Ao total, são sete os ambulatórios desse tipo pelo país. O serviço é gratuito, oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS), com exceção de alguns hormônios usados em tratamentos. Os agendamentos para o atendimento podem ser feitos através da Associação em Defesa dos Direitos Humanos com Enfoque na Sexualidade (ADEH) pelo telefone (48) 3371-0317 ou no próprio local.

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