quarta-feira, setembro 30, 2015

A impaciência de querer ser novo

Por Pâmela Consenso

O conflito começou quando meu pai quis adentrar no mundo da tecnologia. Como explicar para ele aquelas milhões de coisas que eu sabia, mas que aprendi durante anos? “Não, pai, você não foi sorteado por ser o visitante número 100”. Como diria Suzana Vieira, não tenho paciência para quem está começando. Mas tive que ter.

Quando meu pai, ao que tudo indica, tinha aprendido o básico para não vender o próprio rim online, minha mãe também quis se inteirar sobre as novas tecnologias. Até hoje os dois são os típicos “tiozões” das redes sociais, mas pelo menos aprenderam a se virar no mundo online sozinhos. Além do Facebook, aderiram também ao WhatsApp. Não sabem usar emojis, tiveram um pouco de dificuldade para entender as fotos que recebiam e, até hoje, não sabem gravar áudio (muito mais prático para eles, já que demoram horas para digitar uma frase).

Penso nos meus pais, que vivem a mesma rotina há anos. Corajosos. Não sei se conseguiria o mesmo feito, porque me entedio facilmente. Sinto vontade de estar em constante mudança. Conhecer novos lugares, novas pessoas, ter novas experiências. E quero tudo isso pra ontem. Não consigo esperar muito por algo, sou ansiosa demais. E provavelmente existem jovens mais impacientes que eu. E depois deles virão pessoas mais impacientes ainda. As gerações estão em eterna transformação.

Cada geração vem com menos paciência. Eu, típica da geração Y, provavelmente ainda tenho mais persistência do que jovens da geração Z, moderninhos, inquietos e sempre ligados à tecnologia. Apesar de me comunicar bastante online, não dispenso uma boa conversa olho no olho. Um encontro com amigos, um abraço apertado e boas risadas, que nenhuma rede social pode substituir.

Nenhum comentário:

Postar um comentário