quarta-feira, setembro 30, 2015

Brasileiros na TV por assinatura

Por Ana Claudia

Em 2011 foi sancionada a lei conhecida como Lei da TV Paga, que vem mudando o cenário da TV por assinatura no Brasil. Ela determina que sejam exibidas três horas e meia por semana de programação nacional e consequentemente quadruplicou a veiculação de conteúdos brasileiros entre 2011 e 2014, de acordo com a Agência Nacional do Cinema (Ancine). Há quatro anos atrás percebíamos que a TV era um mercado cheio de produções norte-americanas. Nos dias atuais quando ligamos a televisão notamos mais conteúdos brasileiros.

Com o aumento da produção e da demanda, os canais firmaram parcerias com produtoras de audiovisual, como a AXN que estreou a série Santo Forte. A série é protagonizada pelo ator Vinicius de Oliveira e mostra 13 episódios com uma hora cada. O vice-presidente do grupo Sony no Brasil, Alberto Niccoli Jr está confiante com a qualidade da atração.

“Queremos atingir os fãs de suspense, religião e mosticismo, assuntos que são base para a produção, além dos telespectadores do AXN e possíveis novos que migrarão para o canal. Temos planos e estamos trabalhando em diversos projetos de conteúdo brasileiro, porém ainda não temos nada confirmado. Mas é de interesse do canal dar continuidade ao que estamos começando a fazer com Santo Forte”.

Para alguns diretores e produtores, mais do que uma necessidade ou obrigatoriedade da TV paga, há uma responsabilidade em fazer um conteúdo com qualidade. Os canais precisam ter um cuidado para que o conteúdo seja adequado, fazendo com que eles careçam com essas produções e refletir na audiência.

Nesse mês, o Netflix estreou a série internacional Narcos, dirigida pelo brasileiro José Padilha. A trama em 10 episódios é estrelada pelo também brasileiro Wagner Moura no papel do narcotraficante Pablo Escobar.

Por ser um serviço de vídeos por demanda, o Netflix não é obrigado a seguir a Lei da TV Paga, mas essa situação não deve durar muito mais tempo. No início do mês, durante o Congresso da Associação Brasileira de Televisão por Assinatura (ABTA), os presidentes da Agência Nacional do Cinema (Ancine), Manoel Rangel, e da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), João Rezende, informaram que um projeto para regulamentar a cota de programação nacional nos serviços de distribuição de vídeos pela internet está sendo desenvolvido. De qualquer forma, o Netflix já anunciou para 2016 a estréia de 3%, sua primeira série inteiramente brasileira.

Santa Catarina também está de olho no mercado das séries. Incentivado pelo governo estadual o programa Lab Catarina Criativa promoveu em junho o encontro entre produtores e canais de TV. Vinte e cinco propostas foram apresentadas a alguns canais, e a expectativa é de que pelo menos 10 conquistem financiamento. Entre elas estão os seriados de animação infantil Tuca, o Mestre Cuca, do Belli Studio, de Blumenau, e o cômico de ficção ainda sem nome dos cineastas Marcelo Sabiá e Carolina Medeiros, de Urubici, sobre um jovem casal que abre um bistrô na Serra Catarinense.

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