quarta-feira, setembro 23, 2015

Toda experiência à prova. As novas gerações

Por Alexandre Aicardi

Foto: Alexandre Aicardi
Bons tempos, quando expliquei aos meus pais minha decisão de abandonar 11 anos de empresa e a estabilidade financeira. Não entrava na cabeça deles que pudesse largar tudo e sair em busca de novos desafios.

Fim dos anos 90, o país marcado por movimentos revolucionários, novas tecnologias em desenvolvimento e uma vontade incondicional de novos objetivos pesaram em minha decisão.

De bancário no centro financeiro paulistano a gerente de unidades de conservação em Santa Catarina foram muitos os caminhos que forjaram minha real disposição, a biologia da conservação.

A herança bancária, digo, do período profissional estático, e certa teimosia em perceber inovações e sugestões dos jovens, estes sempre à frente tecnologicamente, restringiram a obtenção dos resultados esperados e como um muro, a percepção cultural socioambiental se mostrou limitada.

O casamento e a convivência familiar fez com que refletisse sobre diversos conceitos e com a chegada dos filhotes, minha compreensão do cotidiano foi reformulada.

Fazer tudo à sua maneira ao tempo que respeita e opta pela horizontalidade e inclusão das mais diversas opiniões, além de viver conectado, são atribuições dos novos tempos compreendidas, até meu telefone dar pane de memória.

A Carol, minha filha caçula de 6 anos, observou meu momento de fúria e, sem comentários, largou o game, o vídeo e o lanche, pegou o telefone e com seu dedinho ágil, liberou espaço na memória, tirou uma foto do momento e comentou: “não fica nervoso pai”, irritada com minha indisposição.

Ao assistir a cena perplexo, percebi que a interação entre gerações é fato, mas muito temos que interpretar a ponto de acompanhar essa criaturinha, quase alfabetizada, e seus contemporâneos.

Eles têm muito a nos ensinar e nós a eles, como preservar o meio ambiente, por exemplo.

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