quarta-feira, novembro 04, 2015

Oktoberfest, Blumenau em desfile

Por Alexandre Aicardi

 Criada para revigorar a economia, abalada por trágicas enchentes seguidas do Rio Itajaí-Açu e também elevar a moral e o ânimo dos cidadãos, a Oktoberfest Blumenau teve sua primeira edição em 1984.

O desejo de realizar uma festa alemã, com mais de 200 anos de tradição, já se fazia presente e a inundação foi o estopim para a criação da maior festa da cerveja da América do Sul, onde se reúnem centenas de milhares de pessoas por ano.

Desde o início, a festa mostra força e o sucesso se consolida em sua terceira edição, com a construção de mais um pavilhão e a utilização do ginásio de esportes Sebastião Cruz, conhecido popularmente como Galegão, para atender os turistas vindos de todos os cantos do planeta.

Destino turístico mais procurado em Santa Catarina no mês de outubro, a Oktoberfest apresenta a riqueza cultural local, com música, dança e gastronomia, típicas dos costumes germânicos. A principal atração são os pavilhões na Vila Germânica, com entrada a trinta reais aos finais de semana.

Guardadas as devidas proporções, um verdadeiro carnaval, alemão de fato, com as mesmas características de salão, enriquecido com as matinês singulares da festa germânica de 19 dias de duração.

Outra tradição presente são os desfiles no coração central da cidade. Nesta edição, a 32ª, mais de três mil pessoas em 96 atrações desfilaram na rua XV de Novembro só no primeiro dia.

No vídeo a seguir logistas, público, envolvidos no desfile e turistas comentam a importância e a emoção de participar da festa.


O comércio e as ruas enfeitadas, lotadas de turistas e blumenauenses em sintonia, referendam a alegria e a singularidade da garra e perseverança dessa gente e possibilita a verdadeira participação popular, que se renova a cada edição da festa, como nos depoimentos abaixo.





Característica natural do Vale do Itajaí, toda região é afetada por cheias e o período de transformação climática que vivemos contribui com a recorrência de ocorrências naturais extremas cada vez mais frequentes.

Mesmo com o nível do rio a molhar os sapatos; o contexto cotidiano rico em ódio, raiva e intolerância; as crises mundiais de todos os aspectos, com maior ou menor intensidade; a roubalheira; os buracos infinitos do tapete negro nas ruas maltratadas; a insegurança do momento econômico; os pessimistas de plantão e todas as formas possíveis de submissão e dominação, de repente, desaparecem.

Surge uma trégua, como uma cápsula mágica, avalizada pela história cultural e o reconhecimento de suas dificuldades e desafios superados, onde a liberdade, a igualdade e alegria predominam e o desfile de fantasias renova as energias e a fé do povo da cidade.

Galeria de fotos:

  Oktoberfest 2015 - Alexandre Aicardi

Orgulhosos em seus trajes típicos, o otimismo e a esperança contagiam as ruas, as lojas, os locais e os de fora. Os dogmas são deixados de lado e até superados, enquanto o povo sai às ruas para exaltar suas origens, confraternizar e festejar a renovação, através dos desfiles e suas atrações características, como na canção do mestre Chico Buarque de Olanda: “Ai que vida boa olerê, ai que vida boa olará. O estandarte do sanatório geral, vai passar...”

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